26 março 2009

O que é que se bebe aqui? a mine



A mine é uma instituição dos apreciadores de cerveja.
A mine é sempre uma Sagres de 20 cl, repito, a mine é sempre uma Sagres de 20 cl. Ou seja, a uma garrafa de cerveja Sagres com capacidade de 20 cl, gelada e bebida da maneira correcta. A mine é apreciada de norte a sul, também no inverno e em noites de lua cheia pois é de uma qualidade tal que ninguém lhe resiste.

O seu sucesso deve-se ao seu tamanho que é o ideal para os apreciadores de cerveja. Estamos à espera do autocarro que só chega daí a 5 minutos? É o tempo ideal para se beberem 3 mines. Vamos ter uma reunião e não queremos ser os primeiros a chegar? ok, bebem-se 5 mines e chegamos ao mesmo tempo que os restantes, mas muito mais aconchegados. Finalmente o hospital chamou-nos para a tal operação às cataratas mas parece que há greve dos anestesistas? o dia não está perdido. É só encontrar um tasco com um frigorífico decente e só sairmos de lá após 15 ou 20 mines e deixarmos de ter a vista turva.
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A mine é uma excelente bebida, de teor alcoólico adequado e de trago fácil. Deve ser bebida com convicção e em porções que façam justiça ao seu carácter. Não é uma bebida para todos, é apenas para verdadeiros apreciadores.

A mine bebe-se por si, sozinho ou acompanhado sabendo que atrás de uma mine vem sempre outra mine.
A mine bebe-se em casa, no café ou na tasca. Deve-se beber também no carro, no escritório ou no hotel.



Sabe bem: começar o dia com uma mine.
Ritual: a mine bebe-se directamente da garrafa após o característico ploff feito com o polegar no gargalo.
Léxico: a abaladiça é o nome que se dá à mine que se pede quando já parece mal dizer: ò chefe é mais uma rodada ...
Mito:a mine no inverno sabe melhor porque está mais tempo a fermentar e a vaca do monte não tem boi certo e tal e couves.
Verdade: a mine no inverno sabe muito bem.
Facto: a mine sabe sempre bem.




25 março 2009

Carta que deveria ter sido enviada à DECO

Claro que este texto não é meu. Nem poderia ser!
Carta de Reclamação de um espectador do canal Venus
Caros directores do canal Viver/Vivir,
Primeiro: a vossa programação, durante o dia, é uma merda. Isto é ponto assente. Vão lá falar de raças de cães e ensinar a tirar nódoas de vinho de camisas brancas para o caralho.
Segundo: os filmes, à noite, não estão mal. Mas há aspectos a rever, nomeadamente, a questão da dobragem. O problema principal é este: estão ali a ser dadas fodas em inglês (na maior parte dos casos). As falas e a gemideira estão dobradas para espanhol. Pode contestar-se a necessidade da dobragem, mas não se pode negar que é um esforço válido porque permite que muitos e muitos analfabetos tenham acesso à guinchadeira fodal proferida num idioma que compreendem. Mas pergunto eu: e os peidinhos de cona? Os peidinhos de cona perdem-se na dobragem, meus amigos. Isto é uma vergonha, em pleno século XXI. E quem diz peidinhos de cona diz todo um chlap, chlap, chlap de colhões a bater na peida que não chega ao espectador português. Há dias, assisti a uma película transmitida por vós em que o saco dos colhões malhava na regueifa com uma velocidade tal que parecia castanholas na mão de uma sevilhana com Parkinson. Cuidais que se ouvia alguma coisa? O caralho é que se ouvia.Faz falta, no estúdio onde se procede à dobragem, uma cona que dê peidinhos em espanhol, sincronizadamente com a cona americana que está levar as nabadas propriamente ditas no filme. Mais: contratem-se colhões castelhanos e façam-se embater os mesmos contra rechonchudas nalgas suas compatriotas, captando esse som maravilhoso para o incluir na dobragem. Faça-se tudo isto -e depressa-caso contrário várias punhetas ficarão mal batidas.Um abraço, Santarém, um vosso assinante

23 março 2009

O que é que se bebe aqui? O Licor Beirão

(1º post da nova rúbrica - o que é se bebe aqui? - no blog dos Dipsomaníacos, bêbados e indespostos em geral)

Todos conhecem o famoso slogan "O que é que se bebe aqui?" A resposta é obviamente Licor Beirão.

Este agradável licor é um néctar de cor topázio e sabor exótico doce, produzido pela mui nobre J. Carranca Redondo, Lda um verdadeiro ex libris dos bares portugueses.







Durante décadas as estradas e caminhos de Portugal ostentavam apenas dois outdoors publicitários, o 'Licor Beirão, o licor de Portugal' mais a sua subtil variação com conotações políticas 'Licor Beirão, o beirão de que todos gostam' e o também famoso 'Nitrato do Chile'.
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Também na televisão a publicidade a esta inebriante bebida foi e é de primeiríssima qualidade. Um dos anúncios mais característicos tinha como intérprete o grande Tony de Matos:
Quando beber: O licor Beirão calha bem a acompanhar o café ou depois, mas também antes.
A não perder: Beber uns copinhos de licor Beirão no Manuel da Póvoa ou na sociedade Recreativa e Cultural de Segura é uma experiência inolvidável.
Em alta: O caipirão além de escorregar muito e bem é um excelente principio de borga, pelo andamento que proporciona. Como alguém diz, "vocês quando bebem caipirão ficam logo diferentes" - isto é um elogio, só pode!
O truque: Se consumido num bar o licor Beirão nunca deve ser servido pelo dono do estabelecimento mas sim pelo empregado que é invariavelmente mais generoso.
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O licor Beirão é uma excelente bebida, de teor alcoólico adequado e de trago fácil. Deve ser bebido com convicção e em porções que façam justiça ao seu carácter. Não é uma bebida para todos, é apenas para verdadeiros apreciadores.
Eis mais um dos anúncios desta excelente bebida que aconselho pois sabe bem e não faz mal:

19 março 2009

O tempo está uma bodega!

Estava eu a evacuar e a pensar porque é que o cocó cheira tão mal, isto enquanto lia a Dica da Semana, quando li esta fantástica anedota:
- Sabia que o Sr. Padre está no hospital?
- O que foi que lhe aconteceu?
- Partiu a perna ao cair de um escadote.
- O que é um escadote?
- Não sei. Há muito tempo que não vou à missa.
Deixei de pensar no cocó e pensei antes: Porque é que o grupo sanguíneo A negativo é o mais raro?
Decidi ir para a rua perguntar. Mas não fui.
Esta piada de mau gosto só veio acentuar um dos maiores desgostos da minha vida: a proibição de vender bolas de Berlim com creme nas praias. Como há mais marés que marinheiros optei por ir fotografar o trânsito caótico de Serpins. Claro que esta crónica não faz muito sentido e o mais grave é que estou sóbrio, ou seja, poderei ter um tumor. Estou siderado!*
Foi quando subi para cima do banco, desci para baixo e comecei a descascar amendoins que me disseram:
- Agradeço a oferta. Foi muito simpático da sua parte.
- É uma situação estranha para ela, respondi.
Peguei então no carro e comecei a conduzir dentro de casa. Foi o desastre total. Tinha-me esquecido de fazer a revisão. Por sorte a partilha de maternidade foi aprovada pelo governo.
- Onde é que vamos?
- Dois minutos.
- Não estou a roubá-las.
Qual é coisa qual é ela que é surdo-mudo e conta tudo?
O Livro.**

* Siderado: Pessoa que ficou pasmada e/ou espantada e não pessoa que tenha apanhado SIDA. (para que não hajam dúvidas).

** Uma adivinha publicada na Dica da Semana mas da semana que está para vir um dia destes.

17 março 2009

Vai chatear o Camões

Como prometido o Dipsomaníaco.blogspot.com, de Segunda a Domingo das 00:00H às 24:00H (inclui feriados religiosos) continua a levar até si o bizarro e o agridoce.
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António Lobo Antunes, lançou um livro chamado "Arquipélago de Insónias".
Para promover o livro, e antes que tenham a ideia de o comprar vejam o vídeo que ele fez para o promover.
Isto sim é marketing de qualidade. Fica-se logo mesmo mesmo com vontade de comprar aí uns 3 ou 4 livros.

Alguns excertos:
“…preencher os livros de silêncio” começa bem. Vou já comprar depois de acabar de ler o livro em branco.
ler as palavras que não estão lá escritas, e no entanto estão lá.” Como é que é mesmo? Ou estão ou não estão. Querem ver...
a única coisa que eu tinha era a voz do autista” parece que de autista não tens só a voz, mas isso sou eu a falar.
“…são vozes sem nome que existem dentro de nós...” Se fossem a voz do Joaquim ou da Luísa da fila da bicha já não te incomodava, não era? “… é tão difícil estas coisas” É. É tão difícil.
“o problema da angústia do homem do tempo” Então e o problema da camada do ozono, não é importante também?
quer dizer, a única coisa que existe nos livros são ioconopatofas” Eu bem que desconfiava. Os malandros das ioconopatofas não te largam, pá.
o Peru do Vargas Llosa não existe” e o do Quim também não, a bola é que ressaltou na relva.
quando a gente está a ouvir com os olhos” ouve-se um bocado mal, pois é. Já te estou a perceber.
os romances maus contam histórias, os romances bons mostram-nos a nós mesmos” As laranjas ácidas dão para sumos, as laranjas doces vão para a sopa. Isto depois de perceber o je ne sais quoi do artista até é fácil.
desejaria que um livro fosse um deserto de vozes” Eu também. Principalmente os teus.
reduzir a coisas à pedra de que somos feitos” é verdade, António. Nós não somos nada. Essa é que é a verdade. “é difícil para um autor, de súbito descobrir que não é deus” mas podes sempre ser o coelhinho da Páscoa. Também é bonito.
a nossa vida é uma pergunta perpétua” antes isso que uma resposta limitada. Vai buscar!

E por hoje é tudo.


15 março 2009

Passagem de ano 2009 (ou talvez não)

Todos os anos, por volta do dia 30 de Dezembro, é a mesma coisa: Para onde vamos, levamos cerveja ou não, quem leva as ucranianas, o licor Beirão esgota, enfim, o costume. Assim, este ano decidi antecipar-me e deixar aqui uma ideia. O que acham? Por mim...

Quem diz a verdade...

13 março 2009

O Castelhano sempre se percebe melhor que o Alemão! (Once hombres que no tuvieron piedad.)



Estaba Balaídos repartido entre gallegos y portugueses, celebrando una fiesta de hermandad, cuando llegó el Celta y le metió un 7-0 al Benfica, bicampeón de Europa. Eusebio lloraba en la distancia y hasta los vigueses, transidos de piedad, solicitaron misericordia a sus seguidores y despidieron a los desolados visitantes con una ovación.
Toda Europa, aunque sabía que el Benéfica había vivido mejores épocas que la actual, se volvió asombrada hacia Vigo. El 25 de noviembre de 1999 queda marcado para siempre en los archivos continentales. En A Luz, sin casi espectadores, los olívicos completaron su trabajo con un eficiente empate (1-1).

10 março 2009

A Internet, o IRS e a Luisa

Hoje vou falar de bichas. Ou melhor, de filas. Isto porque começa hoje a entrega do IRS pela internet, ou seja, acabaram-se as bichas (filas) nas repartições de finanças. E é pena pois nessas bichas (filas) faziam-se grandes amizades, ou talvez não. Os diálogos que a seguir transcrevo aconteceram (na minha cabeça) enquanto uma bicha esperava na bicha (fila) pela sua vez.
Bicha: Ó queridos, onde é que tiro a senha para entregar o IRS, categoria A?
Pessoal na bicha (fila): Opá… o que é esta merda?
Bicha: Que foi, estão surdos? Então, é a senha verde ou a amarela?
Bicha (fila): Olha cá para mim é a senha rosa ó “Luisa”.
Bicha: Querem ver que vamos ter peixeirada?
Bicha (fila): Claro que o que tu queres é peixeirada. E se possível que seja sarda… (lol)

LOL é quando as pessoas se riem. Na altura isto não se usava mas como esta história é minha eu posso escrever o que quiser.

Bicha (fila): Olha lá amor, vais entregar o anexo H?
Bicha: O que é isso meu querido?
Outra pessoa na bicha (fila): Olha, H para ti deve ser de Homo… (lol geral).
Bicha: Não sei se me chateio ou se rio. Vocês são todos tão brincalhões… e grandes! E africanos. E estão a suar.
Um gajo que se não é bicha para lá caminha: Olha lá, vives sozinho ou em união de facto?
Bicha (já com o ânus aos saltos): Olha querido, para já estou solteiro mas sempre aberto a novas relações.
Marinheiro de 1,89m que se encontrava na bicha (fila) e que presta serviço no submarino Barracuda e já não pratica sexo há quase 2 semanas: Se te queres abrir eu posso tratar disso. É só disparar aqui o meu torpedo… (lol geral e que se espalhou pela farmácia que fica ao lado da repartição de finanças).
Bicha (já com o pingo na ponta do pénis): És tão bruto…
O outro gajo que se não é bicha para lá caminha: Olha lá minha vaca, já te estás a fazer a outro, é?
Bicha: Desculpa amor, mas tenho uma fixação por fardas. Olha a tua, por exemplo. É de quê?
O outro gajo que se não é bicha para lá caminha: Técnico de Higiene Urbana.
Bicha: Áh! Daí o cheiro a esgoto. Por isso é que estou toda maluca... Olha vamos até minha casa.
Mais um lol mas que desta vez já chega ao Pingo Doce e olhem que a referida superficie comercial fica quase a 500 mts. do local onde esta cena se desenrola.
Bicha (fila): Então e a senha, ó sua maluca?
Bicha: Olhem queridos, que se lixe. Depois pago a coima. Vou mas é para casa ser "varrida" por este garanhão grande, africano e que cheira a suor e esgoto!
E pronto, foi todo este tipo de situações que deixámos de presenciar devido à entrega do IRS pela internet. Agora para assistir a este tipo de situações só aqui, no Dipsomaníaco.blogspot.com, de Segunda a Domingo das 00:00H às 24:00H (inclui feriados religiosos).

09 março 2009

A "inocente" Jucineide

As personagens desta história são verdadeiras, excepto no início, no meio e no fim onde são reais.

A pequena Jucineide, que já ia na avançada idade de 9 anos, estava no seu quarto a brincar com o Ken quando de repente se lembrou:
- Opá, apetece-me tanto ser violada e se possível pelo meu padrasto, já que o meu irmão foi preso por vender droga na favela.
E assim Jucineide foi à sala onde o seu padrasto estava a bater uma sarapitola enquanto via o Clube Amigos Disney e disse:
- Querido padrasto, importaste de parar de bater essa sarapitola para me violar e se possível engravidar-me de gémeos?
- Claro querida enteada, é para já. Ainda por cima estás mesmo no limite pois já tens 9 anos, 1,33m e 36kg. E para cotas já me basta a tua irmã que tem 14.
Depois de fazer o chamado “amor forçado” o padrasto da pequena Jucineide foi até à igreja para visitar o coro da mesma. No caminho parou numa livraria onde leu, durante algum tempo, um livro de Woody Allen onde o tema abordado era “Como apimentar uma relação entre um reformado e uma aluna do jardim infantil”. Na minha opinião deverá ser com pimenta e cebola picada aos bocadinhos, mas à mão claro pois as picadoras eléctricas muitas vezes esmagam em vez de picar. Enquanto isto, a pequena Jucineide foi à Casa de Saúde São José pois cheirava a leite e não sabia se tinha sido do pequeno-almoço ou se esse cheiro tinha como origem o facto de ter deixado de mamar há relativamente poucos anos.
Na casa de saúde, os diabólicos médicos que a assistiram disseram-lhe que estava grávida e que teriam de lhe fazer uma IVG (esta é a forma Diógenes de dizer aborto).
E assim foi, os carniceiros dos médicos assassinaram aquelas duas almas cheias de saúde e que iriam ser amadas pela pequena Jucineide e pelo seu maravilhoso padrasto.
Quando o José Cardoso Sobrinho soube desta tragédia (o assassinato destes dois seres e não a violação, claro!) excomungou os médicos envolvidos em tão bárbaro acto.
- “A lei de Deus está acima de qualquer lei humana. Então, quando uma lei humana, quer dizer, uma lei promulgada pelos legisladores humanos, é contrária à lei de Deus, essa lei humana não tem nenhum valor”, disse o bispo enquanto lia uma revista de entretenimento gay (para adultos, claro, nada de pedofilia na igreja, graças a deus),
Dito isto, ordenou que se pegasse fogo à bruxa de 9 anos. Assim, mandou destruir duas barracas lá da favela para que houvesse lenha para a dita fogueira e mandou “desviar” gasolina de um carro que estava estacionado ali perto (era de um senhor muito importante que tem várias meninas a “alugar” o corpo a quem pagar melhor. Este senhor é importante pois pagou as obras do altar mor).
Nessa noite o churrasco decorreu até amanhecer.
Então e o padrasto, perguntam vocês?
O padrasto foi abençoado pela igreja pois, conforme diz a bíblia, “Amai-vos e reproduzi-vos” e, neste caso, ele até deve ser duplamente louvado pois fez logo gémeos.
Como presente o padrasto confessou que também abusava da enteada mais velha, de 14 anos, portadora de deficiência física.
Temos homem!

08 março 2009

É uma casa portuguesa, com certeza.

Tenho para mim que a Dona Guilhermina de Jesus é boa criatura, cumpridora dos seus deveres e temente a deus. Tem contudo o pecado da gula. Pela-se por um naco de peixe frito.
Em Vila Franca de Xira, localidade onde habita, as vizinhas comentam que quando avistam a Dona Guilhermina de Jesus a sair da praça e com aquela gosma característica aos cantos da boca o melhor que têm a fazer é sair da frente pois a Dona Guilhermina não olha a meios para alcançar a seu fogão e fritar a bela petinga.
A malapata que a persegue, consequência do mau-olhado lançado pela Dona Gertrudes Imaculada do 3º esquerdo, foi certamente responsável pelos malandros dos salpicos de óleo de fritar peixe que atingiram a nossa dona Guilhermina de Jesus e por pouco não lhe vazavam uma vista. Perante tal infortúnio de nada serviu invocar as boas graças de Santa Bárbara Bendita, de Santa Comba Dão, de São Bonifácio dos Aflitos, de Santa Apolónia ou sequer de Santa Rém. Vendo (salvo seja) que todos estariam ocupados, rogou então a intervenção de Nun’Álvares Pereira, herói da batalha de Aljubarrota em cooperação com a padeira Brites de Almeida.
Ouviram-se campainhas, deus todo misericordioso condescendeu, e o milagre aconteceu. Aleluia.
Não só a vista da dona Guilhermina de Jesus recuperou ainda a tempo dela comer as petingas bem quentinhas, se bem que petingas frias também são uma iguaria quando acompanhadas de arroz de tomate, mas isto já é uma opinião pessoal e não me quero desviar do cerne da questão, como a icar avalizou o milagre (perante estas provas não podiam agir de outra maneira para manterem a credibilidade e bom nome de que usufruem no mercado das religiões) e irão promover o Nun’Álvares Pereira a santo, com direito a culto e a imagem nas casas do senhor!

Epílogo: Um dicionário de American English define parlamento português como “um encontro onde todos falam e ninguém ouve”. Talvez para contrariar esta opinião e demonstrar que além de se mandarem deputados para o caralho, como aconteceu esta semana, o parlamento Português, casa da democracia, quis demonstrar aos cidadãos da república (passe o pleonasmo) que também discute assuntos de extrema importância, como o da canonização do Nun’Álvares Pereira, tendo mesmo aprovado um voto de congratulação pelo novo santo da icar. Pessoalmente prefiro que se mandem uns aos outros para o caralho. É mais digno.

06 março 2009

O dia 5

Há meses com 30 dias, outros com 31 e até existem meses com 28 ou 29 dias, mas todos têm um dia em comum: o dia 5. Claro que antes do Gregório os calendários já continham o dia 5. E também o dia 4. E ainda o dia 6. Mas porquê o dia 5, perguntam vocês?
Uns dirão porque si e outros dirão porque não. O dia 5 tem algo de especial. Talvez porque em Algés há sempre o dia 5.
Estava entretanto o Sr. Guinness a passear no dia 5 quando de repente surgiu o dia 6.
Espanto! (Aqui convém fazer o ruído normal que as pessoas espantadas fazem, ou seja, aaahhh!!!)
O dia 4 ficou fodido e disse:
- Ó dia 6, o que é que fazes aqui?
- Vim visitar o dia 5.
- Áh! Mas o dia 5 não recebe visitas ao dia 5. Tens de o vir visiar ao dia 4.
E disse o dia 6:
- Ó dia 4 e se fosses para a Cedofeita apanhar na peida?
Ao que o dia 4 respondeu:
- Vou fazer queixa de ti ao dia 5.
- Olha, vai mas é para o caralho!
Entretanto chega o dia 5:
- Olhem lá, e se vocês parassem de discutir e fizessem as pazes? Assim daria o dia 10!!
- Fantástico dia 5, disseram em simultâneo o dia 4 e o dia 6, ao que o dia 5 respondeu:
- Porreiro pá. Assim já me sobra tempo para ler.
- Ler?
- Sim ler. Olhem por exemplo o Kamasutra. Já leram?
- Não.
- Está bem.
- Porquê?
- Porque sim.
- Estás bem?
- Sim!
- Mas quem é que está a falar?
Uuuhhh!!! (Este uuuhhh!!! terá de ser emitido pelos imbecis que estão a perder tempo a ler isto)
- Eu!
- Eu quem?
- O dia 7.
- Áh!!!! (Este Áh!!!! não é feito por vós mas sim pelos dias 4,5 e 6).
- Então e amanhã?
- Amanhã?! O melhor é comeres ovos como se não houvesse amanhã.
- Mas amanhã é dia 8?
- Não…. Amanhã é natal.
- Natal?
- Sim!
- Porquê?
- Porque é amanhã!
- Então e a maluca?
Ora bem caro leitor, devo esclarecer que a maluca é rica e o pai é engenheiro. Além de tudo o irmão da maluca matou-se há muitos anos. Entretanto alguém sugeriu que lhe fizessem um filho até porque é dia 5 e neste dia é hábito fazerem-se filhos. Se está a ler este texto e está um pouco confuso não fique preocupado, é mesmo assim. Aliás, os morangos (com açucar) já estão controlados. Peço-vos ainda que desliguem o telemovel, não porque vá começar algum filme mas porque é dia 5.
Voltemos agora à história.
História:

FIM!

03 março 2009

02 março 2009

No norte é que se come bem


A cena passa-se à porta de um restaurante. Após o almoço.
O gajo sai para fumar. Aparece uma sra, supostamente vinda do restaurante, que o gajo nunca tinha visto mais gorda.
sra: Vocês não são de cá, pois não?
gajo: ...
sra: são do Sul?
gajo: de *****, perto de Lisboa
sra: Pois, do sul. Eu vi logo pela vossa maneira de falar. Não se percebe nada, o vosso sotaque.
gajo: ...?
sra:Falam alto e parece que estão a cantar.
gajo: deve ser do vinho
sra.Sabe, o meu marido também é de lá. Do Barreiro.
gajo: ah...
sra: estamos casados à mais de 40 anos. Fizemos 42 agora no dia ... ele veio para a tropa, antes de ir para guerra em Angola. Fez cá a recruta e entretanto engravidei. A minha filha já tem 40 anos. Ele teve que ir para o ultramar mas casámos antes. A comida cá norte é muito melhor, e as pessoas mais simpáticas, não é como vocês lá no sul, não acha?
gajo: ...
sra: o meu cunhado, o irmão do meu marido tem uma loja de óculos em algés, tambem é lá em baixo. Conhece?
gajo: Algés?
sra: é aquela ao pé dos eléctricos, que tem uma montra de vidro ...
gajo: pois...
sra: e tem outra em linda-a-velha. É do meu cunhado, do irmão do meu marido, que é o padrinho da minha filha. Já tem 40 anos a minha filha. O meu marido no início também falava assim como vocês mas depois habituou-se. Agora já está habituado a nós e gosta. É que as pessoas daqui são mais simpáticas, não são como lá no sul ...
gajo: (...)
sra: Vieram ao futebol?
gajo: Não
sra: ah, pensei. é como este fim de semana houve jogo pensei que tivessem vindo ao futebol.
gajo: foi só passear.
sra: come-se muito bem cá no norte, não acha?
gajo: sim.
Entretanto aparece o sr da sra.
sr: Vocês não são de cá pois não? Eu também não. Sou do Barreiro. Estou cá há uma data de anos, carago. Já estou casado há mais de 40 anos...
gajo: 42?
sr: sim sim. Vim para cá fazer a recruta antes de ir para guerra no ultramar. Engravideia-a e casámo-nos. Agora já estou habituado a isto. A comida é muito boa não é ?
gajo: sim
sr: Vieram ao futebol?
gajo: Não.
sr: Ah, é que como houve jogo ...
sra: Voltem cá quando quiserem.
sr: Venham mais vezes que as pessoas são muito simpáticas
todos em coro: adeus