01 dezembro 2009

espanhóis p'ró CARALHO - parte II

A 6 de Outubro de 1641, 12 de Agosto de 1644 e 31 de Maio de 1704 aconteceram três batalhas que consolidaram definitivamente a independência de Portugal após seis décadas de invasão espanhola. Mas tudo começara dez meses antes. Margarida de Saboia, Duquesa de Mântua, governava então Portugal com o título de vice-rainha. Mas, na prática, tinha um poder limitado. Quem governava era, de facto, o secretário de estado Miguel de Vasconcelos que recebia ordens directamente do Conde Olivares. Este admirava Miguel de Vasconcelos pela forma como conseguia espoliar somas consideráveis de Portugal para financiar as guerras europeias do rei de Espanha. A 1 de Dezembro de 1640 um grupo de 40 valentes dirigiu-se ao Paço da Ribeira onde estavam a Duquesa e o Secretário de Estado. O Secretário foi morto e a Duquesa presa. Portugal recupera então a independência. D. João IV, Duque de Bragança, foi aclamado Rei com o cognome de "O Restaurador". Na sequência deste episódio os castelhanos procuram por várias vezes invadir Portugal. As terras fronteiriças eram as primeiras a serem massacradas e foram muitas vezes alvo dos ataques castelhanos durante as guerras que ficaram conhecidas por Restauração e Sucessão. Hoje, dia 1 de Dezembro, Portugal comemora a Restauração da Independência. Cerimónias oficiais? Não vi, não li, não ouvi. Visitei e revisitei o site da Assembleia da República e… nada! É de reflectir se realmente queremos celebrar apenas algumas datas convenientes a certos regimes políticos e/ou religiosos ou se queremos celebrar datas que foram a fundação e consolidação do estado-nação no qual vivemos hoje e que se chama Portugal. Hoje vingamos 866 anos de existência, independência e História. Os conjurados que protagonizaram o 1º de Dezembro e conseguiram vencer a adversidade, afirmando uma convicção, uma vontade e uma coragem maiores que o medo, o cálculo, o interesse ou a comodidade pessoal, mereciam mais. Muito mais.

1 comentário:

o capital não tem pátria disse...

Caro professor de história:
o feriado leva o nome de restauração da indepêndencia, mas incorrectamente pois a dinastia filipina nunca uniu os dois reinos, mantendo a separação das coroas no período 1560 - 1640.
Quanta à não adesão popular às comemorações ... é pá, é certo que a san miguel ou a estrela galicia não valem um caralho mas uma união ibérica teria muitas vantagens para, coño!