A minha filha Rita vai ser prostituta. Apesar de não ter nenhuma filha, esta ideia não me sai da cabeça. Rita era obcecada com o seu peso. Uma vez, para ficar mais leve, cortou uma perna. Mas chega de falar da Rita. Falemos agora da Rita. A Rita só ia à igreja para abandonar os seus recém-nascidos nas escadas. Também gostava de viajar em submarinos que metessem água e gostava de usar calças rotas nos cotovelos. No entanto, não há nada como acordar de manhã e levar trinta vergastadas no lombo.
E o Pedro? O Pedro teve a sorte de nascer com uma colher de chá colada na ponta do nariz e um sapato colado à testa. Por vezes, Pedro dizia-me: faz-me um favor, vai à janela da cozinha, espreita e vê se estou lá fora.
Então e eu? Bem, posso dizer que morro de saudades dos tempos em que assaltava supermercados com a minha mãe, principalmente nos meses em que era órfão. Além disso, descobri recentemente que não pestanejo enquanto durmo e ainda bem, pois, não seria capaz de dormir com o barulho.
Existem perguntas para as quais não tenho respostas. Nem perguntas. Por exemplo: O que é um artista plástico? É um tipo que fabrica plástico? Ou ainda porque é que os homossexuais causam tremores de terra?
Atenção: existem bandas que são como música para os meus ouvidos, principalmente quando me ponho a pensar como seria se os Pandas nos metessem numa jaula e nos obrigassem a acasalar. Será que nesse caso os deuses protegeriam o nosso modo de vida? Bem, se existirem deuses a resposta é sim, se não existirem a resposta poderá ser sim.
Preciso de uma caneta para escrever o meu testamento.
4 comentários:
ÈPA estas te a esquecer do ZÈ da LEBRE!!!!Sim por que esse tb vai as passagens de anus.....
A ironia, as referências, as piadinhas hilariantes.
Que texto lindo.
Continua com estas prosas!
Continuo como? Nem eu sei muito bem o que escrevi.
faz-me lembrar a "História de Amor Imaculado" do saudoso fanzine "Impacto"...
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