após algumas horas de incerteza, não sabendo se saía ao alto ou de lado, eis que assomou a cabecinha o pequeno Artur (pelos vistos foi de lado). de olhos esbugalhados e com uma ligeira cor rosada na face, sorriu, mostrando umas gengivinhas nuas de células mortas, a que normalmente damos o nome de dentes. sentido-se puxado bruscamente do local onde permanecera abrigado nos últimos meses das violentas intempéries que nos assolam, o Artur sentiu-se como que pairando sobre um ninho de cucos. pensado que estaria tudo perdido e com receio da sua senda por este mundo, sentiu um calafrio a percorrer-lhe a pequena coluna vertebral. meio zonzo, fruto do barulho das luzes e dos movimentos bruscos a que o seu pequeno esqueleto era sujeito de forma a limpar os restos do fatito que trazia vestido, eis que sentiu uma acalmia de alma. estranhando tal bonança, completamente em contra ciclo aos momentos anteriormente vividos, abriu a pestana e vislumbrou 6 vultos que se aproximavam de si qual Deuses. ofuscado pelo clarão que iluminava tais figuras, viu os 6, qual Deuses e em pelota, a desatar num frenesim histérico, dançando e cantando à sua volta. atordoado pela cena apenas consegue aperceber-se que vão entoando “Pias Pias”. a palavra não lhe é estranha. recorda-se de a ouvir no escuro do seu quarto, como se fosse balbuciada por alguém que se encontrasse anestesiado e ao mesmo tempo alegre, muito alegre. associando esta palavra a momentos felizes, sentiu-se reconfortado como que se fosse aconchegado por uma mão amiga e adormeceu. Afinal, talvez ainda haja salvação. Bem vindo sejas Artur PS: ainda havemos de ir a Pias contigo, nem que alguns tenham de ir de cadeira de rodas.
2 comentários:
E não é que já está?
após algumas horas de incerteza, não sabendo se saía ao alto ou de lado, eis que assomou a cabecinha o pequeno Artur (pelos vistos foi de lado).
de olhos esbugalhados e com uma ligeira cor rosada na face, sorriu, mostrando umas gengivinhas nuas de células mortas, a que normalmente damos o nome de dentes.
sentido-se puxado bruscamente do local onde permanecera abrigado nos últimos meses das violentas intempéries que nos assolam, o Artur sentiu-se como que pairando sobre um ninho de cucos.
pensado que estaria tudo perdido e com receio da sua senda por este mundo, sentiu um calafrio a percorrer-lhe a pequena coluna vertebral.
meio zonzo, fruto do barulho das luzes e dos movimentos bruscos a que o seu pequeno esqueleto era sujeito de forma a limpar os restos do fatito que trazia vestido, eis que sentiu uma acalmia de alma.
estranhando tal bonança, completamente em contra ciclo aos momentos anteriormente vividos, abriu a pestana e vislumbrou 6 vultos que se aproximavam de si qual Deuses.
ofuscado pelo clarão que iluminava tais figuras, viu os 6, qual Deuses e em pelota, a desatar num frenesim histérico, dançando e cantando à sua volta.
atordoado pela cena apenas consegue aperceber-se que vão entoando “Pias Pias”. a palavra não lhe é estranha. recorda-se de a ouvir no escuro do seu quarto, como se fosse balbuciada por alguém que se encontrasse anestesiado e ao mesmo tempo alegre, muito alegre.
associando esta palavra a momentos felizes, sentiu-se reconfortado como que se fosse aconchegado por uma mão amiga e adormeceu. Afinal, talvez ainda haja salvação.
Bem vindo sejas Artur
PS: ainda havemos de ir a Pias contigo, nem que alguns tenham de ir de cadeira de rodas.
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